O que é o estigma social?
A palavra estigma tem vários significados, mas não vamos falar somente dessa palavra.
Estigma social segundo a definição de Erving Goffman: «a situação do indivíduo que está inabilitado para aceitação social plena».
Ao longo do tempo a palavra estigma foi tendo significados distintos. Na Grécia Antiga, o estigma ficou designado por «sinais corporais com os quais se procurava evidenciar alguma coisa de extraordinário ou de mau acerca do estatuto moral de quem os apresentava» (Notes on the Management of Spoiled Identity, de 1963). Na Idade Média, passou a ser definido pelas marcas da graça divina e sinais físicos causados por doenças. Nos dias de hoje, o estigma tem diversos significados. Para a sociologia o estigma está relacionado com a não aceitação e desvalorização de um indivíduo que apresenta algo de diferente e notório.
Goffman distingue três tipos de estigma: «as deformações físicas, os desvios de carácter e estigmas tribais.»
Podemos, nós, ser alvos de estigma social?
Sim, todos nós podemos correr o risco de sermos excluídos ou de ter um rótulo na testa. Há inúmeras características que nos podem ser apontadas como fora da normalidade, nomeadamente questões relacionadas com a raça, nação, religião, deficiências motoras, auditivas, visuais, desfigurações do rosto, distúrbios mentais, vícios, toxicodependências, orientação sexual, entre outras.
O estigma pode estar associado ao nosso estado de saúde?
Sim, sobretudo no que diz respeito à saúde mental. Pessoas com distúrbios mentais são uma parte da fatia do alvo de atitudes discriminatórias, muitas destas atitudes são devido à nossa cultura, mas também à falta de informação.
Por serem pessoas diferentes a sociedade atribui um “rotulo negativo”, maior parte delas pensam que são pessoas malucas, perigosas ou incompetentes.
Na realidade são estas pessoas que estão mais sujeitas à violência psicológica por parte da sociedade.
As consequências que senti com o estigma:
Por causa dos outros que nos insultam por sermos diferentes, algumas pessoas acabam por ter vergonha e medo de pedir ajuda. Isto acaba por ter algum impacto no dia-a-dia e na relação que tem com outros.
No início disto tudo e devido aos que os outros me diziam, levou a que eu demorasse mais tempo a pedir ajuda. Sofri de algum bullying por parte de pessoas mais próximas, onde a maior parte dizia que isto era tudo da minha cabeça e que um par de estalos resolvia tudo.
Ao passar dos dias eu isolava-me cada vez mais porque sentia-me diferente dos outros, o que desencadeou uma visão distorcida de mim mesma.
Combater o estigma social:
O estigma social dificulta toda gente inclusive para pessoas que são diferentes dos restantes.
Para vocês tenho apenas 4 palavras-chave:
- Compreender a doença mental, procurando informações fidedignas;
- Respeitar quem tem algum distúrbio mental;
- Partilhar ideias de como estas pessoas possam integrar-se da melhor maneira na sociedade.
- Reconhecer que quem sofre de uma doença mental, não é nenhum sinal de maluquice. A doença mental faz parte das nossas caraterísticas;
Juntos podemos contribuir para uma comunidade mais informada e que comece a respeitar a diversidade humana.